domingo

COTIDIANO

Sabemos fingir. Brigar baixinho. No quarto, ninguém percebe. Aprendemos o jeito blasé nem fede, dos encontros de família. Agora somos. Confundimos todo e parte, meio e fim. Começamos em silêncio grave, ressoando dia a dia. Depois cortesia, pois não? Assim sucederam compromissos e cumprimentos. Cordiais que somos, sem brilho nem risco.

Do que não se escapa, o real. Fingir foi ganho. Em dia de feijoada, o chiado do feijão cheirando a casa, o povo feliz; e o emburro no mundo. Melhor pro porco. Sem pés e orelhas, sem esperança, sem medo.

As razões se confundem quando vamos à forra. A vida desanda. Feito ponto de doce. Derrama o leite, modorra o fogão.