Sabemos fingir.
Brigar baixinho. No quarto, ninguém percebe. Aprendemos o jeito
blasé nem fede, dos encontros de família. Agora somos. Confundimos
todo e parte, meio e fim. Começamos em silêncio grave, ressoando
dia a dia. Depois cortesia, pois não? Assim sucederam compromissos e
cumprimentos. Cordiais que somos, sem brilho nem risco.
Do que não se
escapa, o real. Fingir foi ganho. Em dia de feijoada, o chiado do
feijão cheirando a casa, o povo feliz; e o emburro no mundo. Melhor
pro porco. Sem pés e orelhas, sem esperança, sem medo.
As razões se
confundem quando vamos à forra. A vida desanda. Feito ponto de doce.
Derrama o leite, modorra o fogão.