a Lílian Canário
Dias sinceros são
tristes. Ignoram sol e sombra.
Neles não há
curvas, apenas um aclive tobogã
fazendo gozo de
freira.
Os dias sinceros
cevam fastio
com semblante
plástico inerte. Na presença do incômodo um gesto de eficácia;
são assim,
dias sinceros e
mortes pressentidas.
Com uma ilusão no
meio.
Dias sinceros são
atemporais, perdem-se as horas de relógio em sua passagem.
Azuis, marrons ou
amarelos,
são poucos, mas
variados,
os dias sinceros.
Borra de café,
vinho avinagrado –
acre e doce, os dias
sinceros.
Dias de pouca
palavra,
muita nódoa
e flores no jarro.