terça-feira

Clóvis, Heloísa


É um cano subterrâneo, uma rodilha de cimento. Escombros. Cinco ou sete polegadas e chega-se a um gargalo à superfície. No orifício estreito Clóvis põe o olho e se deixa entumescer. Heloísa, com uma compressa morna, deita os cabelos aos pés do gargalo, joelhos nus, feitos piso de banheiro, feito pano de chão encharcado retorcido. Clóvis não controla as pálpebras, que levam nas bordas gotas de cerol. Ouve-se o crepitar, e o jato de sangue. Heloísa se volta ereta, lambe o orifício; em seguida, torna a se curvar. Clóvis, remoendo a bunda para aprumar o desconforto, põe o olho no gargalo da rodilha, segurando Heloísa pela chã. Encalca-lhe as unhas grossas e abre um segundo olho, agora nela mesma. Heloísa se mantém de joelhos nus, pernas ligeiramente afastadas, porém... Tremulam. Não é comum. Clóvis funga como se a informasse um imprevisto. Heloísa retoma firmeza, no vinco que opõe, de forma perpendicular, sua chance de ocasião. As unhas de Clóvis se encontram atravessando carne de Heloísa. Fosse uma gelatina de framboesa suas coxas, não sentiria tanta maciez. A bunda de Heloísa em nacos. Clóvis desliza o pé esquerdo entre o umbigo e a pélvis, sem o prejuízo do contato. O diafragma pressente, mas Heloísa, imóvel, permite apenas à cabeça um giro econômico – suficiente para os cabelos grudarem na borda seborrenta da rodilha. Com a língua de ponta para cima Heloísa alcança o terceiro orifício. Com a cabeça fixa na direção do gargalo espera a saliva de Clóvis, que se desprendeu da gengiva e escorre, espumando, pelos contornos do orifício. Heloísa ri, e o seu ânus peida. O ar treme o gargalo, e Clóvis monta no cume