Dormem os três.
Cama de casal e outra solteira. Dormem embolados na maior. A mãezinha
adora receber calor dos seus meninos. Durante a noite os pés-e-braços
pelo corpo. O sovaco cheiroso e a mama escapando, o bico sobrando na
camisola.
O menor dorme por
cima, em franco deleite. O maior fica de fora, sustentando a
independência, sofrido, por algum prestígio.
O bafo do quarto
ainda guarda o pino da tarde. Todos suando desalinhos, às gotas,
babando o travesseiro. Quando não, sopapo nos seios e um gemidinho
agastado. A confiança e a necessidade chantageiam. Puída, a
fantasia roça roça o peito do pé e os umbigos. O travesseiro
verde-água com babado vinca os rostinhos perfilados.
Amanhecem no lençol
lambendo nódoa de umbigo. Inalando hálito-de-sonho. Antes útero,
agora manha de mamã.