sábado

INFINITO


Acordou nhum nhum. Ela gosta de fincar e comprimir a boceta em meu joelho, fazer jogo de perna, manha. Mal dormi. Trégua o menino não deu. Remexeu, chorou, aterrorizou, sem cerimônias. Osado. Compartilhou medo nem recalque.

Ela vem assim, toda assim. Eu meio de lado, a perna bem esticada pra desgastar o dengo seu da manhã. Ignoro no trejeito disfarçado, para o modo leve de irritar. Não abro; olho algum. Ela na orelha, cheirinho e coxas, espremendo. Um calor dos diabos empapando o pescoço.

Dormimos os três.

Dia após dia o remoído de fazer menino dormir. Mas quando menos, corre pro nosso quarto e se atreve. O trato é conformar menino e desconforto. Perde-se sono e carneirinho em lição de crescer. O menino seduz, dirige cada qual ao seu fraco. Ela já buchinho novo, não mantém juízo. Deixa a gente trançado, babando.

Vira e mexe: o menino. Barriga, pinto, cabelo; tudo osso e quentinho. Tantas e sempre dá; joelho com cabeça e o menino encolhido nas pernas. Num rompante, guincho o garoto para a cama solteira. Ela nem tchum, intacta.

Demorou. O menino de volta enterra no meu sovaco. Sonambulindo, engravatei-o aos poucos. No que gemeu, ela murmurou qualquer letra. Olhei, por dentro dos braços arrochados; choramingando baixinho, o menino. Não afrouxo. Esperneia, nó cego trançado nas pernas. Tudo quietinho. Sem drama. Ãhn! Ela, olhos-nos-olhos o menino. Ãhên!, ficamos os três. No rame rame geme geme, perna com braço. Cotovelos e dentes roçando, escorrendo. Tremeliques. A cidade dos fantasmas.